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Caminhos para a aprovação em concurso
Preparo para as provas exige tempo e investimento

Para todo o ano de 2014, há previsão de 10 editais de concursos para órgãos regionais e nacionais no Paraná. Em todo o país, são cerca de 100 editais previstos, que somam, em média, 60 mil vagas. E eles vendem o “emprego dos sonhos”: 30 horas semanais em média, salários altos, estabilidade no cargo. Porém, quem se aventura no mundo dos concursos públicos, inclusive na área jurídica, precisa saber de antemão que serão necessárias muitas horas de estudo, eventual investimento em cursos preparatórios e dedicação para atuar no cargo.

Essa equação tem de ser analisada pelos mais de 67 mil inscritos (até o dia 25/02) para as 160 vagas de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), com salário a partir de R$ 5 mil. A concorrência acirrada – de cerca de 420 pessoas por vaga – promoveu uma corrida à preparação. Há cursinhos preparatórios desde meados de 2013, quando o órgão anunciou que abriria concurso para as vagas ociosas.

Quem quer ingressar na carreira pública precisa passar por uma prova, que é a tentativa de selecionar os melhores candidatos de forma isenta. Para passar em avaliações tão concorridas quanto a do TJ-PR, a dica é manter a rotina de estudos, independente de haver provas marcadas.

“Quem faz concursos sempre sabe que é preciso estudar independente de prova. Se fez uma prova, sabe que em breve haverá outras similares, com edital parecido. Por isso, quem quer ser aprovado não pode parar de estudar”, aconselha Gustavo Arns, uma dos diretores do Curso Luiz Carlos. De acordo com ele, o candidato “de ocasião” tem poucas chances. “Tem muita gente que se prepara há muito tempo e com estudos específicos para cada edital. Com certeza esse candidato sai na frente”, aponta.

Embora os concursos públicos chamem muita atenção por conta dos benefícios, é preciso pensar na realidade da profissão. “É claro que a remuneração é satisfatória e não seria encontrada em outro local, principalmente para quem tem ensino médio. Mas é preciso vocação”, afirma Ana Paula Liberato, coordenadora do curso Ordem Mais. Em vários cargos, o serviço é bastante burocrático. “Será preciso se manter naquela função e aí, além dos benefícios, tem de se pensar em qual carreira vai seguir, se é nos tribunais, na polícia, na Receita Federal”, exemplifica Ana.

Técnico do TJ-PR fará trabalho burocrático

Sondagem dos cursos preparatórios em turmas de inscritos no concurso de técnico judiciário para o TJ-PR aponta que não há um perfil específico do concorrente. Há estudantes, trabalhadores que estão há pouco tempo no mercado de trabalho e também pessoas mais velhas. “Há quem busque uma primeira oportunidade, mas também há profissionais mais experientes, que buscam a estabilidade e os benefícios da aposentadoria no serviço público”, explica Ana Paula Liberato, coordenadora do curso Ordem Mais.

Entre os que querem estabilidade, está a administradora Hana Paula Nikitin. Desde julho do ano passado ela começou a fazer cursinhos preparatórios para o concurso do TJ-PR, sua oitava tentativa de ingressar no serviço público. Em setembro, ela saiu do emprego na área de saúde para se dedicar totalmente aos estudos.“Eu me formei na área de administração, mas ao longo do curso me apaixonei pelo direito. Agora quero trabalhar na área e fazer a graduação”, planeja. Ela calcula que já investiu R$ 3,5 mil em cursos preparatórios para o concurso do TJ-PR.

Função

Quem passar no concurso do TJ-PR deve estar preparado para assumir variadas funções dentro a secretaria do Tribunal. “O técnico é um servidor coringa, ele precisa ter maleabilidade para trabalhar em diversos setores”, comenta Antônio Marcos Pacheco, diretor do Sindicato dos Servidos do Judiciário no Paraná (Sindijus-PR).

O aprovado poderá trabalhar em recursos humanos, financeiro, patrimônio, expedição ou em gabinetes de desembargadores ou juízes auxiliares de 2º grau.

Há funções gratificadas que variam entre R$ 400 e R$ 3 mil para servidores que se destacarem em alguma função ou área de interesse. “A imagem de trabalho ‘fácil’ ficou no passado. Há servidores que acumulam funções e passam a trabalhar mais horas e se o funcionário não está rendendo em um setor, será transferido ou passará por curso de qualificação”, explica Pacheco.

Curso preparatório

Aulas específicas para um concurso exigem um investimento que varia de R$ 500 até R$ 3 mil. O preço vai depender da carga horária do curso. O aspecto positivo dos preparatórios é o foco: como os professores já conhecem o perfil das empresas que vão aplicar a prova, conseguem direcionar o aluno no que estudar.

Estudo

Os estudos devem ser parte da rotina. Independente da prova estar marcada ou o edital aberto, o ideal é incluir no dia-a-dia as matérias que costumam ser comuns aos editais, como direito constitucional. Além de estudar a teoria, é importante resolver exercícios que já foram cobrados em outras provas. As instituições que fazem as provas costumam fazer avaliações com perfis semelhantes, então é importante fazer provas antigas para entender a sistemática das provas.

Eleição

Em ano eleitoral, há restrição para concursos públicos. O edital pode ser lançado e as provas podem ser feitas. O que é proibido no prazo de 60 dias antes das eleições é a homologação da aprovação do candidato, que é a última medida antes da tomada de posse.

Validade dos concursos

O tempo que vale a seleção feita pelo concurso deve estar descrito no edital. Em geral, concursos tem validade de dois anos, prorrogável por igual período. Nesses dois ou quatro anos, caso sejam abertas novas vagas para um cargo que havia selecionado profissionais por meio do concurso, os classificados nessa prova devem ser chamados a assumir o cargo.

Fonte: Gazeta do Povo