O Congresso Internacional de Educação a Distância, promovido pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), começou ontem em Curitiba com debates sobre os principais desafios dos cursos on-line. A evasão dos estudantes é um dos principais problemas identificados pelo diretor da FGV Online, Stavros Panagiotis Xanthopoylos. Segundo ele, embora os cursos dessa modalidade recebam um grande número de inscrições, o índice de concluintes é de aproximadamente 10%.
Xanthopoylos discutiu no evento o modelo educacional dos Massive Open Online Course (MOOC) – um tipo de curso a distância gratuito para um grande número de pessoas. Para ele, as empresas que administram MOOCs estão focadas em desenvolver a tecnologia, mas falta flexibilidade para que conquistem uma participação representativa. “Não se pensa na entrega pedagógica coerente com as agendas complicadas das pessoas, por exemplo”, diz.
A falta de qualidade de alguns recursos visuais, pouco atrativos, também pode prejudicar a permanência das turmas. “Mas [o problema] é principalmente a agenda dos estudantes. Os cursos têm professores de ótimo nível. Coloque conteúdo de qualidade no ar, que as pessoas vão atrás”, analisa.
Roteiros
A diretora de desenvolvimento de negócios da DL2, Betina Von Staa, defendeu a aprendizagem adaptativa como uma das soluções para a evasão, com ferramentas que desenvolvem roteiros personalizados de ensino conforme o perfil e as preferências do estudante. “Significa ter uma tecnologia que consiga reconhecer os diferentes comportamentos e o desempenho do aluno, e entregar para ele exatamente o que precisa, na hora em que precisa”, explica. No ensino a distância, geralmente os conteúdos não são personalizados. Todos os alunos recebem o mesmo modelo, embora tenham habilidades diferentes. “A personalização ajuda muito a reduzir a evasão.”
Fonte: Gazeta do Povo