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Protesto pede reabertura de cartório na Grande Natal
Cartório fechado há 49 dias

Um protesto reúne funcionários e empresários do setor imobiliário de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. De acordo com representantes da manifestação, o ato reivindica a reabertura do 1º Cartório do município, fechado desde o início das investigações que culminaram com a prisão da tabeliã substituta da cidade, durante a operação Hermes 2000.

O protesto acontece em frente a sede do Poder Judiciário do no município. Com o cartório fechado há 49 dias, os manifestantes reclamam que não conseguindo realizar atividades ligadas ao setor imobiliário, como a transferência, compra e venda de imóveis, bem como sua regularização.

Ainda de acordo com os representantes do setor, há mais 5 mil imóveis esperando pela reabertura do cartório para serem entregues. Cerca de 800 trabalhadores teriam perdido os empregos durante o período devido ao problema.

Segundo Maxsom Soares, correspondente da Caixa Econômica Federal (CEF), sem a registro em cartórios de documentos, a instituição não tem como liberar recursos para o pagamento das construtoras responsáveis pelas obras no município.

Segundo Maxsom, a comissão formado pelos empresários já procurou a Corregedoria da Justiça Estadual e a juíza responsável pela nomeação, mas ainda não receberam um encaminhamento de solução.

Suspeitas de crimes

Suicídio misterioso, tráfico de influência e fraude na previdência. Essas são outras situações que têm o 1º Oficio de Notas de São Gonçalo do Amarante como cenário.  “Nos parece que o 1º Ofício de Notas era um canteiro fértil de falsificações. Temos recebido várias denúncias de fraudes operadas lá”, disse Raimundo Rolim, delegado da cidade.

As investigações sobre o cartório começam ainda na gestão anterior. O tabelião que a antecedeu a interina presa ontem foi destituído por acúmulo de cargos públicos e paira sobre ele a suspeita de tráfico de influência. “Ele era tabelião e tinha outro cargo público em Natal”, contou Rolim. O tráfico de influência teria ocorrido em meio a uma disputa de um terreno com vários lotes em São Gonçalo do Amarante. “Há indícios de falsificação de documentos de escritura pública”, acrescentou o delegado.

O suicídio de um ex-funcionário do cartório também é alvo de investigação da Polícia Civil. O delegado da cidade desconfia se realmente foi um suicídio. O cartório também está envolvido na Operação Prata da Morte. A investigação revelou um esquema de fraudes na previdência do Rio Grande do Norte que utilizava documentos falsificados por cartórios da Grande Natal. Um deles era o 1º Ofício de São Gonçalo. O documento falso possibilitou um rombo de R$ 600 mil da previdência estadual.

Fonte: Tribuna do Norte